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MINICURSO

IMIGRAÇÃO ITALIANA, FIM DA ESCRAVIDÃO E CICLO DO CAFÉ. PARTICIPAÇÃO DOS IMIGRANTES ITALIANOS NO DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS. 

ANDRADAS
28/08, 04/09 e 11/09 quartas feiras
Horário: 18 às 20 h
Local: Associação de Engenheiros Arquitetos e Agrônomos de Andrada
N.º de Vagas: 60.
Ministrantes: Carlos Eduardo Rovaron. Doutor em História Econômica da USP. Domingos A. Giroletti. Professor Titular do MPA/FPL, Doutor em Antropologia Social pelo PPGAS/Museu Nacional/UFRJ, Pósdoutor pela LSE.

Inscrições gratuitas (sujeitas a preenchimento das vagas) por email: seminarioimigracaoitalianamg@gmail.com ou whatsapp: (31) 96800109
e telefone: (35) 3731-2082 (Regina).

O minicurso “Imigração Italiana, Fim da Escravidão e Ciclo do Café.  Participação dos Imigrantes Italianos no Desenvolvimento de Minas Gerais” é uma iniciativa de difusão cultural e educação patrimonial que integra a programação do IX Seminário da Imigração Italiana em Minas Gerais. 

Apesar de inicialmente ter sido idealizado como um curso de capacitação para professores, está aberto a qualquer interessado que deseje se inscrever, o que possibilita não só universalizar a iniciativa atingindo um público mais amplo, como também atender uma demanda local de Andradas, que possui grande parcela da população com forte identidade e ligação com suas origens italianas. 

O objetivo principal é tornar acessível ao público em geral, conhecimentos produzidos academicamente sobre a Imigração Italiana no Brasil e em Minas, os quais muitas vezes ficam restritos a revistas, livros e comunicações, que circulam no meio fechado dos especialistas, em congressos, seminários e simpósio de historiadores. Buscamos reunir e simplificar alguns conteúdos dessa produção cultural e democratizá-los. 

Ministrantes 

Carlos Eduardo Rovaron. Doutor em História Econômica pelo Departamento de Pós-Graduação em História Econômica da USP. Professor da Escola Profissional Dom Bosco de Poços de Caldas-MG. Autor da pesquisa promovida pelo Circolo Italiano de Andradas, no âmbito do projeto “História da Imigração Italiana em Andradas e autor do livro homônimo a ser lançado em breve.  

Domingos Giroletti. Doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pós-doutor em Relações Internacionais pela London School of Economics and Political Science (Inglaterra), Visiting Professor da Universidade de Padova.

Carlos Eduardo Rovaron

Carlos Eduardo Rovaron

Domingos Giroletti

Domingos Giroletti

PROGRAMA

CONTEXTUALIZAÇÃO GLOBAL DA IMIGRAÇÃO ITALIANA

Na Itália:

O processo de unificação da Itália e suas guerras: fragilização da economia e insegurança: as fronteiras do Norte da Itália com a Áustria e Suíça: zona afetada por inúmeros conflitos e invasões de outros povos (destaque para o Império Austro-húngaro).
Padrão de ocupação do Norte da Itália: região agrária. Pequenas propriedades cultivadas por mão-de-obra familiar (paralelo com Andradas).

No Brasil:

Diferenças da colonização de exploração e do colonização de povoamento: a imigração como uma colonização de povoamento.
Pressões para o fim da escravidão no Brasil, as teorias raciais e a montagem de uma política de imigração.

Atividade –> buscando as origens: montagem da árvore genealógica familiar. 
Descrição: será feita uma brevê explanação sobre as possibilidades da montagem de organogramas de árvores familiares, o número de avós (4), bisavós (8) e trisavós (16). A fonte de informação principal para construção das árvores será a tradição oral e a memória. Será também trabalhada as possibilidades de enriquecer o trabalho de elaboração da árvores com documentos e fotos. O material utilizado será cartolina, canetas, lápis de cor e tintas escolares. 


IMIGRAÇÃO ITALIANA NO BRASIL E EM MINAS GERAIS.

Discussões no Império sobre as teorias de Edward Gibbon Whakefield: como manter a propriedade da terra longe do alcance do ex-escravo e do imigrante, para forçá-los a vender sua mão-de-obra após o fim da escravidão. 
 Minas, um Estado sem litoral e sem portos: diferenças entre a imigração nas zonas de fronteira de Minas Gerais com: o Espírito Santo, o Rio de Janeiro e São Paulo; o café como um elemento comum e ligado a imigração todas essas zonas de fronteira.

Debates divergentes na Assembleia Provincial de Minas Gerais, sobre qual solução seria adotada para a substituição da mão-de-obra escrava pela livre: 
- Centro e norte de Minas (aproveitamento do ex-escravo).

- Sul de Minas (adoção do modelo de imigração italiana desenvolvido por São Paulo, no Oeste Paulista cafeeiro vizinho).

A importância dos Silva Prado na montagem de uma máquina da imigração e sua ligação com São João da Boa Vista, Poços de Caldas e a Estrada de Ferro Mogiana: estações de São João da Boa Vista, Espírito santo do Pinhal e Poços de Caldas.


OLHANDO O FIM DA ESCRAVIDÃO, CICLO DO CAFÉ E IMIGRAÇÃO A PARTIR DA HISTÓRIA LOCAL DE ANDRADAS:

A expulsão dos negros ex-escravos de Andradas em 1900.
A impacto que população de imigrantes, que veio para trabalhar nas lavouras de café do Oeste Paulista vizinho, teve em Andradas: o processo de aquisição de terras andradenses por italianos e descendentes e a transformação da estrutura fundiária em uma realidade de pequenas propriedades, com policultura desenvolvida por mão-de-obra familiar.
Apresentação do site do Circolo Italiano di Andradas, dos documentos e entrevistas disponibilizadas para consulta pública e das possibilidades de usá-los como ferramentas pedagógicas e ilustrativas. 


BIBLIOGRAFIA DO CURSO:

GIROLETTI, A. Domingos. Participação dos imigrantes italianos no desenvolvimento de Minas Gerais.  Publicado em “Imigração e Sociedade: Fontes e Acervos da Imigração Italiana no Brasil. Roberto Radünz e Vania Beatriz Merlotti Herédia (0rgs.) Ed. Univ de Caxias do Sul, 2015, p.328-85.

CASTILHO, Fábio Francisco de Almeida. Entre a Locomotiva e o Fiel da balança: a transição da mão-de-obra no Sul de Minas (1870 – 1918). Dissertação de Mestrado, Juiz de Fora: 2009.

MARTINS, Roberto Borges. “Se Deus quiser, semana que vem... ou na outra...” – Terra, trabalho e liberdade. Artigo Publicado nos Anais do XI Congresso de História Econômica, Vitória – ES, 2015.

ROVARON, Carlos Eduardo. Ocupação da região da Caldeira Vulcânica de Poços de Caldas - MG (Séc. XVIII-XX), São Paulo, 2009. Dissertação (Mestrado em História Econômica) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.

SAES, Flavio Azevedo Marques de. As ferrovias de São Paulo: 1870-1940, São Paulo Brasília: Hucitec INL, 1981.

__________. A grande empresa de serviços públicos na economia cafeeira 1850-1930. São Paulo: HUCITEC, 1986

SANTOS, Ivison Poleto dos. A Sociedade Promotora de Imigração e o financiamento público do serviço de imigração (1886-1895). São Paulo, 2007. Dissertação (Mestrado em História Econômica) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo

SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

SILVA, Ligia Osorio. Terras devolutas e latifúndio: efeitos da lei de 1850. Campinas: UNICAMP, 1996.

UDAETA, Rosa Guadalupe. Nem Brás, nem Flores: hospedaria de Imigrantes da cidade de São Paulo (1875-1886). São Paulo: Universidade de São Paulo, 2013. Dissertação (Mestrado em História Econômica).

ZAMBONI, Maria Célia. A Mogiana e o café: Contribuições para a História da Estrada de Ferro Mogiana. Franca, 1993. Dissertação (Mestrado em História). Departamento de História da Unesp.

BOSI, Ecéa. Memória e Sociedade – Lembranças de Velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.